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Poesia da Semana

 

Espero-te coração

Fabiane Braga Lima

Noite escura sem luar ouço teu sussurro

Cobriu- me de beijos molhados, infindos

desejos, sua pele doce macia, manjar dos

deuses, suplicas, sempre querendo mais...

Dispa-se do mundo, deixe tua alma nua…

Deixe- me ser tua, com palavras mudas

Geme baixinho, loucuras no meu ouvido

Não há distancia p’ra amar, se entregar...

Provoca, deixe minha pela toda arrepiada

Ousado, querendo degustar deste prazer

Não seja incoerente, me sinto tão carente.

Enfim, jogue- me na cama, sem drama

Faça-me tua devassidão, mas meu amor,

Amo- te tanto! Ouça: Espero- te coração...!

 

, novelista, poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo.

Clarisse da Costa é designer gráfico, novelista, contista e cronista em Biguaçu, Santa Catarina

Pedro

Faroleiros ao longe, fronteiras além
Apontaram para águas profundas
Chamando à olhar pra trás
A perder o medo de voltar

Me disseram que eu ainda sabia
Que as ondas de lá
Vinham de encontro às ondas de cá
Daqueles cantos, para o meu falar agitar

"Mergulharias nas mesmas correntezas
Descendo dos céus, das incertezas e das guerras
Para o Encontrar de Eras, junto ao mar de luar
Enlacear o olhar, marejar na tua musa a cantar
Com a clareza do ardor que lhe fez amar"

Agitou-se o mar antes ou depois de eu tocá-lo?
Agitou a si, ou agitou em mim
Este espelhado desejo?
Me levo em pleno sereno a velejar

Velejo para o mar encontrar
Entrego-me a amá-lo como está
Como foi e como será

 

PERCO- ME NO TEU AMOR

Fabiane Braga Lima

Perco- me na intensidade deste sentir...
Sinto-te, desejo, mas impossível tocá-lo
Como mentir!? És tudo p’ra mim, vida,
Mas existe um abismo, entre nós dois...

Eu tento, mudar este sentimento, não dá!
Não consigo, dia e noite, lembro- me...
Grito, grito, mas tu não ouve, sou invisível
Sou a voz árdua, que t'clama na madrugada.

Lembranças vagueiam, exausta- me......
E tudo que mais quero é tua companhia
Teu jeito afável de ser, tua alma, coração.

Este teu jeito incógnito, tua essência única
Este amor irresistível, faz-me t’amar, querer
Luto, procuro- te, não recuo, m'faz seguir....!

***Porque só consigo sorrir... por ti

 

Domingo

Ariane Belard

Me sinto sozinha ..
O dia entediante me fazer pensar em coisas mortas
Aquelas nas quais nem deveria lembrar
Mas é assim o dia de domingo
sempre nos trazendo tudo aquilo que em partes foi esquecido
Grande baú de domingo
Me faz regar girassóis mortos
como se fossem flores vivas
Grande baú de domingo..
que em meu peito deixa um enorme vazio
Grande baú de domingo..
me faz chorar em meio bagunça de meus sentimentos e pensamentos
Me causando dor pelos arrependimentos
Grande baú de domingo

Carolina

Ariane Belard

O doce Carolina ..
seus olhos me encantam
o sabor do seu beijo me fascina
o doce Carolina ..
nossos corpos se conectam parecemos um imã
o de Carolina ..
muita falta aqui você faz
queria de novo sentir nossa paz
o doce Carolina ..
por quais caminhos tu andas ?o
será que ainda me amas ?
o doce Carolina …

 

 

 

Écfora I - Sangue

Saulo Nascimentto

Sangue ao chão —
deitado em pó.

Já foi pó...
agora, o que é?

Vertido,
retorna ao que dantes fora —
fútil.

Hoje, o que é?

Poeril ao vento —
vento que sopra
ao sul,
ao norte,
e aquém,
mas para tão além —
fulgas.

É sangue...
apenas sangue.

E, se é sangue,
o que é,
na verdade?

 

 

 

O CAMINHO INTRANSIGENTE

Richard Corrêa

Andar pela vida é sentir

Que sempre mecanismos vitoriosos surgirão

Para que a glória permaneça eterna

E por que não, analisar o que é importante?

Sou da quadra celestial

Aquela cujas raízes são gloriosas

E que fazem parte de um meio especial

Para a fim de exalar substâncias cheirosas.

Os cheiros das maravilhas

Que vão além dos sentidos

Faz com que formas cheguem até os meios

Para sermos eternamente realizados.

Muitas vezes, o caminho é desafiador,

Contudo repleto de persistência

Para quem busca o ardor

De uma missão feita com consciência.

 

 

 

Para parar de admirar

Maria de Fátima Bernardes

A Dança das Águas

Bailando, as águas,

O rio e o mar

Se abraçam,

Se entrelaçam,

Para lá

 E para cá.

Ao brilho do mar,

Os peixinhos a cantarolar

E os siris a bailar,

As algas a saltitar

E as águas a bailar.

 

 

Essência

Saulo Nascimentto

Por mais que o homem se eleve em camadas,
Feito torre de espelhos e véus,
Não foge de si — alma lançada
À luz de seus próprios céus.

Não há máscara que o oculte inteiro,
Nem desvio que o desfaça.
Cada gesto, erro ou esteio
É a essência que se disfarça.

O que muda é só o contorno,
A forma, o nome, o tom do dia;
Mas dentro, pulsa o mesmo sopro,
A mesma chama, a mesma via.

Nella città III - A cor da carne

Saulo Nascimentto

Há dores que nascem antes do grito.
Não do corpo, oráculo por vezes calado,
nem da alma, que cedo se curva ao pranto.
Mas da identidade, lançada à sombra, à face do repúdio,
antes mesmo de saber-se ser.

Nasce, então, a dor sem nome,
antes que a luz do mundo pudesse tocar a pele — nua.
É o peso de um tom que destoa,
aviltado pela violência do olhar.

A cor da carne, que não é da alma,
não é identidade,
mas adorno passageiro —
incompreendido por olhos de cárcere,
que desferem o açoite mudo da ignorância,
a face vertida.

Vê:
a cor sublinha o corpo,
e não pede perdão pelo que é.
Aqueles que esperam que a cor se renda
não entendem o enigma da pele — nua,
que nenhuma voz pode enunciar.

 

 

 

 

 

 

 

Sol e Lua

Saulo Nascimentto

Não somos Sol, tampouco Lua.
Quem dera fôssemos face.
Somos sequer sombra, por vezes, resquício.
Se somos lembrança, jaz esquecida e de tempo nenhum.
Nessa negridão somos superfície rasa, monte e alteiro baldado,
ávidos por grandeza, luz e espaço.
Quem dera fôssemos Sol ou quem sabe, Lua,
mas não somos nem face.

Roubaram

Saulo Nascimentto

O que podiam, o que não viam, o segredo.
Do doce ao azedo, todo o enredo.
O que roubaram foi de todo um terço: um grão.
Só não levaram o medo, a tristeza e a solidão.

 

O Trenzinho da Leitura

Maria de Fátima Bernardes

Passeando na cidade,

O trenzinho da leitura

Vem trazendo a magia,

A fantasia,

A cultura, a travessura.

Piuí... piut...

Crianças, venham até aqui,

Viajar sem parar

No mundo colorido.

Agora é só se deliciar!

Algo de mim

Saulo Nascimentto

Quisera eu...
Ser mar, ser jardim, mundo afora ou em mim.
Tenho em mim tão pouco.
Se parto, em vão; se fico, a sós.
Quisera eu...
Ser assim — ao menos em mim:
mar... jardim...
Pois, se fico, em vão; se parto, a sós.

O Que Tem Aqui...  em Itajaí

Maria de Fátima Bernardes

Tem... flores,

Amores, Cores e sabores.

Tem o mar,

O amar,

O expressar,

O abraçar,

O coletar,

O afagar,

O reciclar,

O acalentar,

O aconchegar,

O luar,

O aprimorar.

 

Na Biblioteca Pública
Maria de Fátima Bernardes

Um mergulho quero dar
No acervo vou pesquisar
Para poder me aprimorar
Nos livros vão estar
A riqueza do transformar
Esse espaço de informação
Me alegra de montão
Me instiga
Me fascina
Nas asas da imaginação
Ah! Biblioteca Escolar
Aqui você me faz viajar.

 

Nella città III – Traduções

Saulo Nascimentto

E que, de mim, poderias dizer, senão que sou tantas mudanças?
Sou feito de mudanças que me mudam antes mesmo de perceber que já sou outro.
Percebo de mim tanto quanto daquilo que há lá fora.
— Sinto que percebo. — Mas percebo o quê?
E quem é que percebe em mim?
Às vezes, é um olhar sem corpo — espreitando por dentro.
Um eu que não sou eu.
Um ser-eu que desconheço, que parece enxergar o que não vejo.
— Que se apossa das interpretações — com o rancor de quem não pode sentir, senão dar sentido.
Na verdade, somos dois. Dois incompletos... adversos...
— E há em mim um cansaço antigo: o de ser dois.
De nunca ser inteiro. — Como se uma parte respirasse, e a outra apenas traduzisse o ar.

 

Nella città II - Meu véu

Saulo Nascimentto

Todos dizem ter a verdade, como se fosse um objeto que se guarda no bolso, ou algo a ser fatiado, repartido em porções individuais: este pedaço é meu, aquele é seu. Mas a verdade... a verdade não se deixa possuir. Ela apenas é. Está lá — livre e inteira — mesmo quando ninguém a vê.
Eu a sinto, às vezes, num instante que passa, incapturável pela compreensão. Ela não se deixa ressignificar. Não cabe em palavras, não se curva à vontade alheia. É. Como a luz que atravessa uma janela, mesmo quando o vidro está empoeirado. O que vejo... é sempre manchado pelo que sou.
Mas o erro — o erro é pensar que a verdade é minha só porque a vi. Não é. Ela não é minha, não é tua, não é de ninguém. É só dela. Minha é a percepção. E percebo com mãos trêmulas, com olhos que mentem, com o silêncio do que ainda não entendi.
A verdade é uma presença que não se deixa tocar, mas que arde. Uma ausência que pesa. Um sim eterno por trás de tantos talvezes — que se revela quando a gente já cansou de procurar.

 

 

A falta da mãe

Rafael Martins da Silva


Seu olhar penetra minha alma.
Carrega em si algo que lhe entristece.
Mesmo que sejas minha amada.
Meu pequeno mundo logo padece.
Diante da inércia de não poder ajudar-te.
Quem dera poder alterar o ciclo da vida.
Para que essa dor tão sofrida pudesse deixar-te.
Dentro do seu olhar vejo a tristeza.
O vazio e a saudade de quem partiu.
É a constante jornada da vida.
Colocando-nos diante desse vazio.
Quem perde a mãe torna-se incompleto.
A vida mergulha num mar de lembranças.
Recordações de grande carinho e afeto.
Voltamos ao início como aquelas crianças.
Sem a mínima noção.
Que a vida é a mais perfeita sintonia do coração.

 

 

 

Finisterra

Nilson Weber

Solar península
cintila sobre meu ombro.

Arregaço o peito
para acolher
o quinhão
de terra que me cabe.

Toda alma refulge
sobre um solo fecundo.

Desintegro-me ao relento,
desmaterializo-me
junto as fontes,
sob o sol, ao vento.

As funções vitais
vão se exaurindo,
minha substância
corpórea ruindo,
perco o ágil movimento.

Progressivamente
desapareço de cena:
Sou um poema
escrito na areia,
um verso nas águas
do fim do mundo.

Lamento
Nilson Weber

Lamento se nas manhãs claras e serenas
não saímos para nadar no mar do outono,
se nos entregamos à letargia do sono
sem tentar ser mais do que já fomos.

Como expressar o sublime das coisas
que nos faz pequenos?
Qual cobertor poderia aquecer-nos a todos do frio?
a não ser em pensamentos?

Lamento os barcos que não se fizeram ao vento,
os túmulos que ninguém visita,
os livros que não foram lidos,
as vidas ceifadas pela fúria dos insanos,
as plantas que esqueceram de regar,
a erosão dos sonhos mais amenos,
a psiquê dos psicopatas,
o pão mofado que não ajudou
a matar a fome dos despossuídos,
a flor colhida antes do tempo,
o amor reprimido;
o que não me coube,
o que não me soube.

Não há rio que sacie a sede
de todos os homens.

O meu grito
Álvaro Castro

Quando eu liberar o meu grito,
se um tonitroar rasgar o infinito
bobagem perder a calma;
a agonia de minha intuspecção
me valerá por veredito:
atrofiada estará minha alma.

O eco (meu ego) some, não reverbera.
Se minha voz não alcança as montanhas
inútil é a minha espera;
se o grito não passar de mim,
não sair de minhas entranhas,
frustra-me e não atinge o seu fim.

Se camelo blaterar é costumeiro
como a coruja chirriar,
ou balir o cordeiro,
e se é legítimo um cão rosnar,
por que, então, não consigo gritar?!
Não um grito qualquer, despropositado,
Mas do fundo de meu âmago.

Exercitarei meu grito
até alcançar o infinito!
Quero voar, ouvir o ruflar de asas,
encontrar-me com anjos,
sufocar meu ego e silenciar o eco.
E o meu grito, saído de minhas entranhas,
finalmente se ouvirá além-montanhas
– rasgará o infinito –
e nunca mais será o dito pelo não dito.

PENSAMENTOS
Álvaro Castro

Se pensas que penso como esperas
que eu pense, provavelmente te equivocas,
pois, penso que penso diferentemente,
até quando duvidando me provocas.

Penso que pensas que sabes o que penso
e penso que não pensas bem.
Talvez também me equivoque, não sei:
... se meus olhos me traem e te revelam
o que penso e nem eu mesmo sei.

Mas se queres saber de mim
o que penso realmente de ti,
basta ouvir-me quando falo
e refletir quando me calo.

Para mim é demais interessante,
mesmo quando prepotente e arrogante;
apenas não consigo compreender-te
quando, indecisa e vacilante,
desprezas o meu amor suplicante;
quando em teus repentes lembras que
que sou um pobre poeta – que sou diferente.

DESABAFO DE POETA

Álvaro Castro

Milhões de astros no cosmos ultramarino
milhares de vidas no colo intra-uterino

Formas de astros e espécies de vidas
diversos e infinitos espaços
céu, terra, águas, barrigas,
ovários e úteros – doces regaços.

Partículas e espermatozóides
inspiram o poeta criador,
xingado de debilóide
quando exprime a própria dor.

Ante as verdades do poeta
os ignorantes e os desatentos
da platéia - surdos patetas -
dissimulam seus desalentos.

Inobstante, os poetas "vagabundos"
jogam pérolas aos porcos:
ouvintes moribundos,
insensíveis, quase mortos.